sábado, 20 de março de 2010

Os direitos autorais e os desafios das novas tecnologias

A conferência "Os direitos autorais e os desafios das novas tecnologias" será apresentada pelo especialista em direito intelectual Sydney Limeira Sanches no dia 16 de março, às 17h30, no Rio de Janeiro.

O evento encerra o Ciclo de Conferências Direitos Autorais, promovido pela Academia Brasileira de Letras (ABL), sob a coordenação do acadêmico Alberto Venancio Filho. O ciclo, com patrocínio da Petrobras, tem entrada franca. A conferência terá transmissão ao vivo pelo Portal da ABL.

Advogado no Rio de Janeiro, Sanches é mestre em bens culturais e pós-graduado em direito da economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). É professor do MBA em Gestão Cultural da Universidade Cândido Mendes e do Curso de Direito do Entretenimento da FGV-SP. Foi presidente da Comissão de Direito Autoral, Direitos Imateriais e Entretenimento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) entre 2007 e 2009.

Membro e diretor do Instituto dos Advogados Brasileiros, Sanches é membro do Conselho Estadual de Defesa da Propriedade Intelectual, coautor de A cadeia produtiva da economia da Música e de A cadeia produtiva da economia do Carnaval.

Mais informações: www.academia.org.br

Fonte: Fapesp

Computador adivinha pensamento

Um grupo de pesquisadores britânicos desenvolveu um sistema informatizado que se mostrou capaz de adivinhar o que pessoas estavam pensando por meio da análise da atividade cerebral. O estudo foi feito por cientistas do Centro de Neuroimagem Wellcome Trust da University College London, na Inglaterra.

O objetivo do trabalho foi ampliar o conhecimento de como o cérebro armazena memórias. O estudo, liderado pela professora Eleanor Maguire, é uma continuação de um trabalho publicado no ano passado em que o mesmo grupo mostrou como memórias espaciais são gravadas em padrões regulares de atividade no hipocampo, área no cérebro responsável pela memória e aprendizagem.

"Em nosso experimento anterior, investigamos as memórias básicas com relação à localização de uma pessoa em determinado ambiente. Mas o mais interessante é olhar para memórias episódicas, as memórias complexas, do dia a dia, que incluem informações de onde você está, o que está fazendo e como está se sentindo", disse a pesquisadora.

O novo trabalho foi publicado na quinta-feira (11/3) na revista Current Biology. Para explorar como as memórias episódicas são armazenadas, os pesquisadores exibiram a dez voluntários três filmes curtos e pediram que tentassem memorizar o que viram.

Os filmes eram bem simples e compartilhavam alguns detalhes. Todos incluíam uma mulher que fazia uma tarefa comum em um típico cenário urbano. Os filmes tinham a mesma duração: sete segundos. Um deles, por exemplo, mostrava uma mulher andando em uma rua e bebendo café de um copo de papel para, no fim, jogar o copo no lixo. Outro filme mostrava uma outra mulher colocando uma carta na caixa de correio.

Em seguida, os pesquisadores pediram aos voluntários que tentassem memorizar os três filmes, na sequência em que foram exibidos. Enquanto isso era feito, seus cérebros eram examinados por ressonância magnética, de modo a registrar a atividade cerebral por meio da medição de alterações no fluxo sanguíneo.

Um programa de computador desenvolvido para o estudo analisou os padrões registrados para tentar identificar qual dos filmes a pessoa estava tentando memorizar apenas pela atividade cerebral.

"O programa foi capaz de estimar corretamente em qual dos filmes o voluntário estava pensando em um número de vezes muito acima do que se pode esperar apenas pela probabilidade de tentativa e erro. Os resultados sugerem que nossas memórias são gravadas em um padrão regular", disse Martin Chadwick, autor principal do estudo.

Embora uma rede que reúne diversas áreas do cérebro esteja envolvida no processo de armazenamento de memórias, os pesquisadores decidiram centralizar o estudo no lobo temporal médio, uma região que se suspeita estar envolvida principalmente na memória episódica. A região inclui o hipocampo, área que o grupo estudou extensivamente nos últimos anos.

Os cientistas observaram que as principais áreas envolvidas no armazenamento de memórias eram o hipocampo e as regiões imediatamente ao lado. Entretanto, o programa de computador teve aproveitamento melhor ao analisar a atividade apenas no hipocampo, indicando que essa é a região mais importante para o armazenamento de memórias episódicas.

“Agora que estamos conseguindo um retrato mais claro de como nossas memórias são armazenadas, esperamos examinar como elas são afetadas pelo tempo, pelo processo de envelhecimento e por danos ao cérebro”, disse Maguire.

O artigo Decoding Individual Episodic Memory Traces in the Human Hippocampus (doi 10.1016/j.cub.2010.01.053), de Eleanor Maguire e outros, pode ser lido por assinantes da Current Biology (Science Direct) em www.cell.com/current-biology.

Fonte: Agênca Fapesp

Livros digitais da Unesp

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – A Universidade Estadual Paulista (Unesp) encontrou uma solução inovadora para oferecer acesso universal ao conhecimento produzido em sua pós-graduação: o Programa de Publicações Digitais, que lança nesta quinta-feira (11/3) sua primeira coleção, com 44 títulos inéditos.

O programa, decorrente de uma parceria entre a Fundação Editora Unesp (FEU) e a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG) da universidade, publica em formato digital livros exclusivamente produzidos para esse fim, com foco nas áreas de ciências humanas, ciências sociais e aplicadas e linguística, letras e artes.

De acordo com o assessor da PROPG, Cláudio José de França e Silva, os títulos iniciais foram selecionados pelos Conselhos de Programas de Pós-Graduação da universidade.

“No mesmo momento em que estamos lançando esses títulos, publicamos a chamada para a edição 2010 do programa, que editará mais 58 livros. O objetivo do programa, lançado em 2009, é editar 600 livros digitais em dez anos”, disse França e Silva à Agência FAPESP.

Segundo ele, cada programa de pós-graduação da Unesp pode indicar até dois livros para publicação no âmbito do Programa de Publicações Digitais. “É uma maneira inovadora para dar vazão à grande produção acadêmica da Unesp nessas áreas do conhecimento. Todos os livros editados são derivados de pesquisas realizadas em nossos programas de pós-graduação, incluindo muitas teses e dissertações, além de trabalhos de docentes e egressos da universidade na última década”, explicou.

O objetivo principal é universalizar o conhecimento produzido pelos pesquisadores da Unesp em grande escala. “Boa parte da pesquisa fica restrita ao público acadêmico. Por outro lado, a publicação em papel de um volume tão grande de obras levaria anos e teria grandes custos. Com o programa, encontramos uma maneira viável para que esse conhecimento possa atingir um público amplo”, disse.

Como as obras passaram pelo crivo dos conselhos, o conjunto de 44 títulos é um reflexo dos próprios programas de pós-graduação da Unesp. “A seleção das obras leva de três a quatro meses para ser feita. No total, contando com todo o processo de edição e revisão, levamos cerca de um ano entre o início da seleção e a publicação dos livros”, disse França e Silva.

Segundo o assessor, existem outras iniciativas, em outras instituições, de disponibilização de conteúdos de livros na internet. Mas, pela primeira vez, uma universidade realiza um programa que publica obras projetadas, em sua origem, para o lançamento em formato digital.

“Esse é o caráter pioneiro do programa. A proposta é que esses livros permaneçam disponíveis em formato exclusivamente digital, sem qualquer custo para o leitor, democratizando a produção acadêmica da universidade”, afirmou.

As diretrizes do programa vetam a produção de obras derivadas a partir dos livros digitais lançados, a fim de garantir a integridade das obras. Também não é permitida a comercialização.

“Os livros têm um conceito muito bem claro, com um padrão de capas e de editoração definidos. Com isso, bastaria imprimi-los, da maneira que estão apresentados na internet, para termos essas obras em papel. Mas a ideia é que sejam mantidos como livros digitais apenas”, afirmou.

Para baixar os livros, segundo França e Silva, o leitor deve apenas preencher um cadastro sumário no site da Editora da Unesp e gerar uma senha que dá acesso às obras.

“O projeto é de grande importância para os autores. Suas obras, com a chancela da Unesp, serão acessadas por um público universal, que nunca seria atingido se a publicação fosse em papel. Iremos, ainda, ter o controle da quantidade e localidade dos downloads, o que nos permitirá aperfeiçoar as estratégias de publicação no futuro”, afirmou.

Para França e Silva, o público não deverá oferecer resistência ao novo formato. “Quando se começou a digitalizar os periódicos houve uma resistência inicial, mas hoje a maior parte das publicações é feita nesse formato. No entanto, não acreditamos que o livro de papel esteja desaparecendo. Trata-se apenas de uma nova forma de divulgar a ciência”, disse.

Segundo ele, os livros digitais serão cada vez mais importantes, em particular para as áreas de humanidades e artes – por isso o programa tem foco nessas áreas.

“Em geral, os pesquisadores das áreas de exatas e biológicas querem encaminhar suas pesquisas para periódicos o mais rápido possível. Mas nas áreas de humanas o livro tem um peso todo especial”, disse.

Mais informações: www.culturaacademica.com.br

Fonte: Agência Fapesp.