terça-feira, 30 de setembro de 2008

Mentir pela internet é mais fácil

Dois estudos feitos por um grupo de pesquisadores norte-americanos concluíram que o e-mail é a mais elusiva forma de comunicação no ambiente de trabalho. Segundo os autores, o mais surpreendente foi que as pessoas disseram encarar com naturalidade a mentira pelo correio eletrônico.

“Há uma preocupação crescente nos escritórios a respeito da comunicação por e-mail, que pode ser resumida a uma palavra: confiança. Por e-mail você não recebe pistas verbais ou comportamentais e, em um contexto organizacional, isso deixa um grande espaço para problemas de interpretação ou, no caso de nosso estudo, de enganar intencionalmente”, disse Liuba Belkin, professora de administração da Universidade Lehigh e uma das autoras do estudo.

Os resultados dos estudos serão publicados em breve no periódico Social Justice Research Journal. No primeiro trabalho, os autores distribuíram US$ 89 para cada um de 48 estudantes de MBA. Cada estudante tinha como tarefa dividir o montante entre ele e um colega fictício. No experimento, esse colega sabia que o total estava entre US$ 5 e US$ 100 dólares e aceitaria o dinheiro recebido, não importando o valor.

Aos voluntários foi pedido que usassem e-mail ou papel e caneta para comunicar o valor total e quanto o colega receberia. Os estudantes que escreveram mensagens em papel mentiram sobre o total em 64% dos casos, contra 92% daqueles que preferiram usar o correio eletrônico.

O grupo que usou e-mail distribuiu em média US$ 29 de um total médio que ficou em US$ 56 (dos reais US$ 89). Os estudantes que usaram papel e caneta foram mais amigáveis: distribuíram em média US$ 34 de um total que disseram ser de US$ 67.

“É bom destacar que os dois meios, e-mail e papel e caneta, são baseados apenas em texto. Nenhum deles tem uma ‘banda de comunicação’ maior do que o outro. Mesmo assim, verificamos uma grande diferença”, disse Charles Naquin, da Universidade DePaul, outro autor da pesquisa.

Para tentar entender se o senso de identidade compartilhado reduz a propensão à mentira, os pesquisadores fizeram outro estudo, dessa vez com 69 estudantes. Os resultados indicaram que, quanto mais familiares os usuários de e-mail eram com os que recebiam as mensagens, menores as suas mentiras. Mas, ainda assim, eles continuaram faltando com a verdade.

“Os resultados são consistentes com outro estudo que fizemos, o qual indicou que a comunicação por e-mail diminui a confiança e a cooperação em grupos de trabalho, ao mesmo tempo que aumenta a negatividade em avaliações de performance. As pessoas se sentem mais justificadas em agir de modo egoísta ao digitar, em comparação com quando têm que escrever algo em papel”, disse outra autora da pesquisa, Terri Kurtzberg, professora da Universidade Rutgers.

Os pesquisadores apontam que o e-mail é um fenômeno recente que começou a ser usado como forma de comunicação no ambiente de trabalho principalmente a partir de 1994. Por conta do pouco tempo, as normas organizacionais de uso do correio eletrônico ainda são vagas.

“Sabemos que se trata de uma forma de comunicação socialmente aceitável, mas quando esse uso passa para o ambiente de trabalho estamos falando de uma história completamente diferente”, disse Liuba.

O artigo Online communication and social dilemmas: How communication media influences interpersonal trust, cooperative behavior and perceptions of fairness, de Liuba Belkin e outros, será publicado em breve pelo Social Justice Research Journal em www.springerlink.com/content/0885-7466.

Fonte: Agência FAPESP

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Estudo britânico alerta para vício de checar mensagens

Um estudo da Universidade de Northampton, na Grã-Bretanha, sugere que muitos britânicos estão ficando viciados em tecnologia. A professora Nada Kakabadse conduziu um pesquisa de pequena escala com 360 pessoas e observou que cerca de um terço dos entrevistados (33%) demonstrou sinais de vício em dispositivos como telefones celulares, Blackberries e outros aparelhos em que podem verificar suas mensagens com freqüência.

Os pesquisadores chegaram a observar casos de pessoas que acordavam várias vezes durante a noite para checar e-mails e mensagens de texto. "Você ficaria surpreso com o número de pessoas que mantêm seus PDAs e Blackberries próximos de suas camas", diz Kakabadse. "Os que são viciados se levantam duas ou três vezes durante a noite para checar as mensagens."

Relacionamentos
Segundo a professora, as pessoas podem ficar viciadas em praticamente tudo. "Somos criaturas de hábitos e podemos nos viciar em coisas bem diferentes", afirma. "A tecnologia ficou muito mais interessante nos últimos dez anos, com a disseminação da Internet", acrescenta a pesquisadora. "É muito mais simples e muito mais portátil e, com isso, mais acessível."

Mas o vício em tecnologia também pode levar a problemas de relacionamento, principalmente quando o viciado se afasta da família.

O estudo também aponta outras conseqüências: o viciado sofre de ansiedade e outras doenças, de acordo com Kakabadse.

A pesquisadora afirma que, nos primeiros estágios do vício em tecnologia, as pessoas geralmente são bem produtivas no trabalho, respondendo a e-mails e mensagens. Mas, com o tempo, as conseqüências ficam mais graves.

"Algumas pessoas ficam muito ansiosas quando estão longe de seus celulares e outros aparelhos", diz. "Elas podem também ter problemas no trabalho porque passam cada vez mais tempo checando mensagens." Para Kakabadse, é difícil detectar o vício em tecnologia no começo. "E, quando podemos detectar, geralmente já é tarde demais", afirma.

O estudo sugere que os empregadores deveriam treinar seus funcionários para o uso seguro das tecnologias fornecidas.

Depois de analisar cada caso, Nada Kakabadse pretende estudar o quanto o problema está disseminado na Grã-Bretanha.

Fonte: BBC Brasil

Empresas combatem avalanche de informações online

Por: Matt Richtel

O assalto das chamadas de celular, e-mails e mensagens instantâneas ininterruptas está dispersando a atenção e prejudicando a produtividade. Trata-se de uma queixa comum. Mas agora as empresas que ajudaram a criar a inundação estão tentando contê-la.

Algumas das maiores empresas do setor de tecnologia, entre as quais Microsoft, Google, IBM e Intel, estão se unindo para combater a sobrecarga de informação. Na semana passada, elas formaram uma organização sem fins lucrativos para estudar o problema, divulgar suas constatações e desenvolver maneiras de ajudar os trabalhadores - os seus e os de outras empresas - a enfrentar o maremoto digital.

O esforço surge em um momento no qual crescem as indicações estatísticas e circunstanciais de que as mesmas ferramentas de tecnologia que geraram avanços de produtividade agora podem ser estar contraproducentes, devido ao uso excessivo.

A Intel e outras empresas já estão testando soluções. Pequenas unidades em algumas empresas já encorajam seus trabalhadores a verificar e-mails com menos freqüência, a enviar mensagens coletivas de maneira mais judiciosa e a evitar que a saraivada incessante de mensagens digitais altere a todo momento suas listas de prioridades.

Na semana passada, um engenheiro do Google lançou o E-Mail Addict, um recurso experimental do serviço de e-mails da empresa que permite que as pessoas desativem suas caixas de entrada por 15 minutos. Jonathan Spira, analista chefe do grupo de pesquisa Basex e membro do conselho da nova organização, disse que as empresas compreenderam que estavam enfrentando o monstro que elas mesmas criaram. Ele aponta para uma máxima do Vale do Silício, a de que "as empresas deveriam comer a comida de cachorro que produzem", ou seja, utilizar suas próprias inovações.

"E elas compreenderam que estão comendo demais", disse Spira.

Muita gente reconhece de imediato que enfrenta - ou até facilita - interrupções constantes, mas os dados emergentes sobre a escala do problema podem causar surpresa.

Um típico trabalhador da informação que esteja sentado diante do computador o dia inteiro consulta seu programa de e¿mail mais de 50 vezes e usa um serviço de mensagens instantâneas 77 vezes, de acordo com avaliações da RescueTime, uma empresa que analisa hábitos de uso de computadores. A empresa, que obtém dados de 40 mil pessoas com software de aferição instalado em suas máquinas, também descobriu que um trabalhador média visita 40 sites de web por dia.

Essa atenção dispersa tem seu custo. Nos Estados Unidos, mais de US$ 650 milhões ao ano em produtividade são perdidos devido a interrupções desnecessárias, a maioria delas comunicações digitais sem urgência, de acordo com a Basex. A empresa diz que uma grande proporção desse custo deriva do tempo que as pessoas demoram para se recuperar de uma interrupção e retomar o trabalho.

As empresas estão compreendendo, além disso, que existe dinheiro a ser ganho ao ajudar as pessoas a reduzir sua gulodice digital. Grandes empresas de todo o mundo estão à procura de maneiras de impedir que ferramentas de software se tornem distrações, disse John Tang, pesquisador da IBM e membro da nova organização.

"Há uma vantagem competitiva em perceber como tratar desse problema", disse Tang. Ele afirma que "há certa ironia" no fato de que as soluções estão surgindo das mesmas empresas que criaram os sistemas digitais, para começar.

A introspecção do Vale do Silício vem acompanhada de uma tendência à defesa, a julgar das conversações de pessoas envolvidas. As comunicações digitais são sacrossantas - porque são as ferramentas da revolução -, de modo que críticas a elas são simplesmente um caminho para pensar de que maneira elas poderiam ser conduzidas melhor. E, evidentemente, a solução para o problema da atual tecnologia vem a ser ainda mais tecnologia, e tecnologia melhor.

Fora da organização, as empresas envolvidas, como a IBM, já estão desenvolvendo maneiras de conter o fluxo digital.

O recurso E-Mail Addict do Gmail é uma ferramenta bruta. Quando a pessoa clica em "pausa", a tela fica cinzenta, e surge uma mensagem dizendo "caminhe um pouco, faça seu trabalho, coma alguma coisa. Voltaremos em 15 minutos".

Michael Davidson, o engenheiro que criou o recurso, disse que a idéia surgiu em uma conversa com amigos, sobre a tentação de checar constantemente em busca de novas mensagens de e-mail.

"Eu codifiquei esse recurso que permite que o usuário reconheça que ele não tem autocontrole, e que a única saída é bloquear o e-mail por algum tempo", disse. (Os verdadeiros viciados que não conseguirem resistir aos 15 minutos de espera podem desativar a ferramenta pressionando a tecla esc.)

Há um vocabulário em formação quanto à sobrecarga de informação. Os profissionais do Vale do Silício falam em "falência do e-mail", de se atrasar tanto nas respostas a mensagens de e-mail acumuladas que se torna necessária apagá-las e começar de novo.

As pessoas que não exercitam a disciplina apertam o botão de "responder a todos" em uma mensagem, em lugar de responder a apenas uma pessoa, ou encaminham piadas a grandes grupos de destinatários. Há quem diga que o problema tem uma dimensão psicológica, já que as mensagens de e-mail oferecem uma espécie de circuito de realimentação viciosa.

"No nosso cerne, somos caçadores, somos vasculhadores", disse Tony Wright, presidente-executivo da RescueTime e também membro da nova organização. "Abrimos o e-mail e apertamos o botão de receber para ver se alguma coisa nova ou interessante está disponível".

Os membros da nova organização, o Grupo de Pesquisa sobre Sobrecarga de Informação, planejam realizar seu primeiro encontro formal em julho, em Nova York.

Tradução: Paulo Migliacci ME

Fone: http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI2952783-EI4802,00-Empresas+combatem+avalanche+de+informacoes+online.html

E-mail deve ser extinto até 2015, diz especialista

Fernanda Ângelo

Em painel realizado nesta quarta-feira, durante o 17º Congresso Nacional de Auditoria de Sistemas, Segurança da Informação e Governança (CNSAI), evento que acontece na capital paulista, Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias aplicadas da IBM Brasil, garante que os hábitos digitais da Geração Y devem levar ao fim do e-mail.

"Hoje, a média etária dos usuários de e-mail é de 47 anos", revela, acrescentando que, talvez, apenas essas pessoas, que formam a geração conhecida como Baby Boomers, nascidos após o fim da Primeira Guerra Mundial, continuarão a utilizar a ferramenta.

"O e-mail deixará de existir dentro de cinco a sete anos", profetiza Taurion. O motivo? A entrada da chamada Geração Y - constituída por jovens nascidos já na era da Internet - no mercado de trabalho.

Taurion explica que, com os jovens profissionais, chega também às empresas uma nova postura diante da Tecnologia da Informação (TI), que já é parte do dia-a-dia destes profissionais, na forma de ferramentas de colaboração como wikis, redes sociais, comunicadores instantâneos e grupos de trabalho online.

O executivo apresentou dados de uma pesquisa realizada em 2005 destacando que, já naquela época, apenas 6,3% dos jovens entrevistados consideravam inúteis as informações obtidas em blogs. "Significa que a credibilidade das novas ferramentas online é enorme", sinalizou. Na IBM, de acordo com Taurion, já há uma série de projetos em que os participantes não mais utilizam o e-mail.

"A comunicação é muito melhor compartilhada por meio de comunidades", garantiu o gerente de novas tecnologias aplicadas da Big Blue. "Na IBM o profissional cria o blog que desejar, sem sequer pedir autorização a ninguém", enfatizou.

Da mesma forma, há na companhia dezenas de wikis e muitas contratações já se dão por intermédio de comunidades como o LinkedIN. E Taurion ainda deixou um recado aos profissionais da área de TI: "A área precisa acompanhar a evolução. Os profissionais de TI não podem, por questões técnicas, impedir mudanças que interferem diretamente na evolução dos negócios de uma empresa".

Fonte: http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3207446-EI4802,00-Email+deve+ser+extinto+ate.html

Mestrado em Ciência, Tecnologia e Sociedade

Estão abertas até 10 de outubro as inscrições para o Mestrado em Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), para ingresso em 2009.

Trata-se de um programa de pós-graduação criado em 2007 pela UFSCar com atuação multidisciplinar, voltado para graduados em diversas áreas do conhecimento (humanas, exatas, tecnológicas e da saúde).

O mestrado tem três linhas de pesquisa que se complementam: Dimensões Sociais da Ciência e da Tecnologia; Gestão Tecnológica e Sociedade Sustentável; e Linguagens, Comunicação e Ciência.

O processo seletivo terá três etapas: pré-seleção, provas escritas e argüição oral dos projetos. É necessário ter proficiência em inglês.

Mais informações: www.ppgcts.ufscar.br

Fonte: Agência FAPESP

Encontro Virtual de Documentação em Software Livre

Fonte: Agência FAPESP

Estão abertas, até 30 de setembro, as inscrições de trabalhos para apresentação na terceira edição do Encontro Virtual de Documentação em Software Livre.

O evento, que ocorrerá de 19 a 21 de novembro, na internet, abrangerá discussões sobre diversos temas relacionados às áreas interdisciplinares no campo dos estudos da linguagem, lingüística e da tecnologia da informação.

O objetivo é proporcionar discussões em torno da documentação em software livre em duas esferas principais: a difusão de conhecimentos da área e sua formatação (adequação lingüística).

No âmbito do encontro ocorrerá ainda o 1º Seminário de Linguagem e Tecnologia, de 20 a 24 de outubro, promovido pela linha de pesquisa em Linguagem e Tecnologia da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Mais informações: http://evidosol.textolivre.org

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Empresas criam tecnologias que obedecem ao sabá judaico

Por: Dan Levin


Os rabinos, cientistas e engenheiros do Instituto Zomet estão tentando resolver problemas que surgem quando acontecem colisões entre a tecnologia e a Torá. Trabalhando em suas instalações de pesquisa na colônia de Alon Shvut, na Cisjordânia, eles criam aparelhos eletrônicos - de telefones a sistemas de alarme e veículos motorizados - que obedecem às leis do judaísmo ortodoxo sobre o sabá, quando até mesmo ligar ou desligar uma lâmpada é proibido.

"Estamos tentando combinar um estado judaico moderno e leis judaicas muito antigas", disse Dan Marans, o diretor executivo do Zomet. Isso requer tanto um conhecimento profundo do código legal judaico, ou halacha, quanto alguma engenhosidade. "A cada dia, Deus nos oferece coisas de que podemos usufruir, e é preciso apenas descobrir de que maneira fazê-lo de acordo com Suas normas", disse Marans.

Por décadas, grupos de pesquisa como o que Marans dirige vêm desfrutando de um quase monopólio sobre a tecnologia de aparelhos kosher. Eles vendem a maior parte de suas invenções ao governo e às forças armadas de Israel. Agora multinacionais, as pequenas empresas e empresários ortodoxos de todo o mundo estão criando produtos aprovados pelos rabinos.

As invenções, que ajudam os mais de 1,5 milhão de judeus ortodoxos do mundo a desfrutar das conveniências da vida moderna, estão ganhando popularidade devido aos baixos preços propiciados pela fabricação na Ásia e ao uso da Internet como ferramenta para comercializar produtos destinados a nichos de mercado.

O rabino Shmuel Veffer, presidente da Kosher Innovations, de Toronto, é apenas um dos empresários que se beneficiaram da tendência. Em 2004, Veffer inventou a Luminária Kosher, que conta com uma cobertura que pode ser movimentada de maneira a bloquear a luz da lâmpada mas sem desligá-la.

Veffer diz ter vendido "dezenas de milhares" das luminárias, entre as quais um modelo mais caro e uma versão infantil em forma de ursinho. Todas elas são fabricadas na China. A Kosher Innovations agora vende uma dúzia de produtos, entre os quais um dispositivo de iluminação que ajuda a combater insetos e um despertador que respeita o sabá, em quase 400 lojas, de Nova York a Londres e Sydney. Veffer garantiu aprovação religiosa de renomadas autoridades rabínicas em todos os países em que seus produtos estão à venda.

"O mundo dos judeus ortodoxos é uma comunidade fechada, de modo que se você oferece algo de que as pessoas gostam, as boas novas logo se espalham", afirma o rabino.

Mas "o consumidor kosher tem uma influência sobre o mercado que vai além dos números", disse o Dr. Avrom Pollak, presidente da Star-K, de Baltimore, que certifica como kosher diversos produtos, de grandes eletrodomésticos a alimentos, álcool e alguns remédios.

Por exemplo, disse Pollak, os domicílios judeus ortodoxos dedicam muito mais tempo, atenção e dinheiro às suas cozinhas do que a maioria dos demais consumidores norte-americanos, e é por isso que 14 grandes marcas de eletrodomésticos para cozinha solicitaram certificação Kosher da Star-K.

A Star-K também monitora algumas fábricas chinesas que produzem bens kosher, para garantir que elas estejam cumprindo as leis judaicas.

Embora a tecnologia moderna tenha por intenção tornar menos difíceis as tarefas da vida cotidiana, a proliferação de motores automáticos, sensores e luzes em mais aparelhos domésticos se tornou problema cada vez mais grave para os judeus que seguem estritamente as leis religiosas.

Por décadas, os judeus ortodoxos percorriam suas casas antes de cada sabá em um ritual que envolvia desligar seus sistemas de alarme, prender com fita adesiva o botão que acende a luz dentro da geladeira quando a porta se abre e deixar acesa uma das bocas do fogão, para que comida possa ser aquecida.

Nos últimos 10 anos, fabricantes como Whirlpool e Viking também incluíram programações para sabá em seus aparelhos, como fogões, refrigeradores e até sistemas de armazenagem de vinho. A General Electric introduziu seu modo sabá em 2000, e informa que o recurso está disponível em mais de 150 de seus fornos, fogões e outros utensílios culinários.

Esses modos ou desligam automaticamente certas luzes, ventiladores e alarmes ou usam um conceito legal judaico conhecido como "gramma", ou ação indireta, para manter os aparelhos em operação no dia de repouso. Nos refrigeradores, por exemplo, um mecanismo programado impede que o compressor entre em ação imediatamente quando a porta é aberta.

Mais de 750 mil judeus ortodoxos modernos e ultra-ortodoxos vivem nos Estados Unidos. Israel abriga mais de 800 mil ortodoxos modernos e ultra-ortodoxos, e 31% das pessoas com idade superior a 20 anos no país se identificam como ortodoxas, de acordo com Serviço Central de Estatísticas de Israel.

A comunidade exerce considerável influência política e econômica, e o mesmo se aplica a Eliyahu Yishai, primeiro-ministro assistente e ministro da Indústria, Comércio e Trabalho, ele mesmo judeu ortodoxo. No ano passado, o ministério que ele dirige colaborou com estudiosos da religião e com a Associação da Indústria de Israel para desenvolver produtos próprios ao sabá, com o objetivo de atender a comunidade ortodoxa em todo o mundo.

"Ser ortodoxo hoje precisa ser mais fácil do que era no passado", disse Yair Shiran, que representa Israel nos Estados Unidos para questões de cooperação econômica e apontou que mais de 20 produtos já haviam sido desenvolvidos especificamente para os judeus ortodoxos, entre os quais um condicionador de ar, uma cafeteira elétrica e um sistema de alarme adaptados para o sabá.

"A tecnologia está disponível, e a idéia é simplesmente a de comercializá-la para uso em comunidades específicas", declarou Shiran.

Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times

Fonte: http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3166367-EI4801,00.html

domingo, 7 de setembro de 2008

Mundo virtual requer inclusão digital

Por: Antonio Mendes da Silva Filho

Fonte: REA nº88 (Setembro 2008)
http://www.espacoacademico.com.br/088/88amsf.htm

Mundo virtual requer inclusão digital


“Gravitation cannot be held responsible for people falling in love. How on earth can you explain in terms of chemistry and physics so important a biological phenomenon as first love? Put your hand on a stove for a minute and it seems like an hour. Sit with that special girl for an hour and it seems like a minute. That's relativity.”

Albert Einstein



Há relatividade no ato de explorar o mundo virtual e o mundo real? A citação de Einstein acima explica o que é relatividade. Note que a natureza humana instiga o homem a buscar um semelhante. Essa necessidade de comunicação e convivência com seres serve como catalisador para busca de comunicação. Os significativos avanços tecnológicos das comunicações permitem que as pessoas estejam em contato permanente com entes ou profissionais que elas desejam contatar. Perceba que a comunicação é uma necessidade intrínseca do homem. Esse mesmo avanço da tecnologia tem também proporcionado a (re-)criação de mundos virtuais a partir do real e tem sido cada vez maior a quantidade de pessoas que interagem com o mundo virtual. Esse artigo explora o porquê do mundo virtual e aponta necessidades de inclusão digital para que toda sociedade possa se beneficiar deste recurso.

O tempo não pára e, portanto, empregar bem o tempo é mais que arte, é sabedoria. A vida é feita de escolhas. Você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você. Portanto, é preciso escolher bem como vamos dedicar nosso tempo, seja no mundo real ou virtual.

O que é um mundo virtual? É um ambiente no qual o usuário incorpora algum avatar (isto é, o usuário assume o papel de um personagem de um jogo ou ambiente virtual) e a partir dessa personificação ele passa a atuar e interagir como se aquele avatar tivesse vida, ou em outras palavras, você faz de conta que é o personagem daquele ambiente ou jogo. Um dos principais exemplos de mundo virtual é o Second Life (http://secondlife.com/) que permite ao usuário criar seu próprio avatar o qual poderá explorar o que esse ‘mundo’ (virtual) oferece, encontrar outras pessoas (outros avatars), fazer negócios, colaborar, divertir-se, enfim explorar o mundo virtual. Imagine você (um avatar) como parte de uma equipe médica interessada em recuperar a saúde de um paciente virtual (outro avatar) ou perseguindo um avião com sua asa delta, como ilustrado na figura 1.



Figura 1 – Exemplos de mundo virtual.


O mundo virtual é bom? Qual sua percepção do mundo virtual?

Ao tentar responder essas questões, devemos considerar a diversidade humana que tem diferentes demandas e, portanto, é preciso refletir, pensar e explorar esses mundos virtuais, sem prejuízo do mundo real e do tempo.

O virtual é bom quando você quer realizar alguma simulação ou algum experimento e observar o comportamento da resposta de alguma função matemática, física, química ou mesmo se divertir (fazendo de conta como acontece no Second Life e jogos). Mundo virtual é bom, pois nos permite explorar, aprender, treinar, exercitando algumas habilidades no virtual antes de fazê-las no real.

Agora, se considerarmos o âmbito das comunicações entre as pessoas, o virtual é bom para aqueles que estão distantes (em outras cidades e países) de amigos ou familiares assim como de profissionais, pois a Internet e redes de telecomunicações aproximam essas pessoas, permitindo-lhe a comunicação (mesmo que não seja tetê-à-tête). Note o quanto a comunicação virtual proporciona aos usuários, ela tem o poder de aproximar as pessoas.

Por outro lado, vale observar que virtual é tudo que susceptível de ser real, de se concretizar, mas não se concretiza. Por exemplo, o beijo e o abraço virtual simplesmente não existem. Não existe o toque, não existe o contato e nada se concretiza. Além disso, o virtual é artificial. No virtual, você vive num mundo do faz de contas.

Vida digital é uma tendência global e nisso precisamos estar abertos a explorar mundos digitais. Observa-se que governos de todo o mundo têm concentrado esforços no desenvolvimento de políticas e definições de padrões em termos de tecnologias da informação e comunicação (TIC’s), visando construir uma infra-estrutura que ofereça suporte a interoperabilidade a fim de munir as pessoas com acesso a informações e serviços. A aplicação das TIC’s no provimento de acesso a informações e serviços é denominada de governo eletrônico (ou governo digital como um conceito mais amplo).



Figura 2 – Distribuição de usuários da Internet.


Hoje, a América Latina tem cerca de 10% de todos usuários da Internet ou quase 140 milhões de internautas. A população brasileira de internautas é estimada em 42,6 milhões se considerado o uso em vários ambientes como em casa, trabalho, escola, universidade, dentre outros. Quando o uso é restrito ao ambiente residencial este número cai para cerca 22 milhões.

Apesar dos esforços e iniciativas do governo brasileiro, suas preocupações e ações estão mais concentradas no aspecto técnico. Entretanto, há também o aspecto social que é essencial a inclusão digital e, conseqüentemente, a vida digital. Como apresentado no artigo “Inclusão Digital: Em Busca do Tempo Perdido” em http://www.espacoacademico.com.br/040/40amsf.htm, TIC’s não é tudo. Parece que o governo não entendeu as necessidades apontadas no artigo “Os Três Pilares da Inclusão Digital (http://www.espacoacademico.com.br/024/24amsf.htm) que são: TIC’s, renda e educação. Sem esses três pilares, apenas parcela da população terá vida digital. Vida digital requer TIC’s e inclusão social. Apenas assim, mais brasileiros podem explorar o que os mundos virtual podem proporcionar.



Leitores interessados no tópico podem encontrar mais informações nos links:

http://secondlife.com/

http://www.2collab.com/

http://www.myexperiment.org/

http://network.nature.com/

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Crianças com TV e computador dormem menos, diz pesquisa

Fonte Bol: http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2008/09/02/ult4738u14468.jhtm


Uma pesquisa realizada por cientistas israelenses reforçou o que muitos pais já desconfiavam: crianças que têm TV e computador nos seus quartos dormem menos do que as crianças que não têm.

O estudo, que analisou os hábitos de 444 estudantes com idade média de 14 anos, revelou que os que têm os aparelhos no mesmo ambiente de suas camas dormem em média meia hora mais tarde do que as outras, sendo obrigadas a se levantar no mesmo horário no dia seguinte.

Os cientistas da Universidade de Haifa e da Faculdade Jezreel Valley descobriram que as crianças sem TV ou computador no quarto dormiam em média às 23h04 e acordavam às 6h45 nos dias da semana e iam dormir às 1h45 e e acordavam às 11h30 nos fins de semana.

Na média, as crianças disseram ver televisão diariamente por 2h40 e usar o computador por 3h45. Mas os adolescentes com os aparelhos perto da cama admitiram ver televisão uma hora a mais e também usar o computador o mesmo tempo adicional em comparação com as outras.

Alimentação

As crianças pesquisadas responderam a perguntas sobre seus hábitos de sono e também sobre seus hábitos alimentares quando também usavam os dois aparelhos.

Os pesquisadores descobriram que 20% deles comem em frente à televisão regularmente e apenas 10% disseram nunca fazer isso.

Os jovens disseram comer menos em frente ao computador --50% afirmaram nunca fazer isso, e apenas 10% admitiram fazer isso com freqüência.

De acordo com os estudiosos, existe uma relação direta entre o hábito de ver televisão e usar o computador e o hábito de comer em frente aos aparelhos.

Quanto mais a criança usa os equipamentos, maior a chance de que desenvolva o costume de fazer suas refeições na companhia deles.